domingo, 18 de dezembro de 2011

Trilha sonora: Le tombeau de Couperin





Le Tombeau de Couperin is a suite for solo piano by Maurice Ravel, composed between 1914 and 1917, in six movements based on those of a traditional Baroque suite. Each movement is dedicated to the memory of a friend of the composer (or in one case, two brothers) who had died fighting in World War I. Ravel also produced an orchestral version of the work in 1919, although this omitted two of the original movements.
Tombeau in the title is a musical term popular from the 17th century meaning "a piece written as a memorial". The specific Couperin, among a family noted as musicians for about two centuries, that Ravel intended to evoke is thought to be François Couperin "the Great" (1668–1733). Ravel stated that his intention was to pay homage more generally to the sensibilities of the Baroque French keyboard suite not necessarily to imitate or pay tribute to Couperin himself in particular. This is reflected in the structure which imitates a Baroque dance suite.
As a preparatory exercise, Ravel had transcribed a forlane (an Italian folk dance) from the fourth suite of Couperin's Concerts royaux, and this piece invokes Ravel's Forlane structurally. The other movements are similarly based on Baroque forms, with the Toccata taking the form of a perpetuum mobile reminiscent of Alessandro Scarlatti. Ravel also revives Baroque practices through his distinctive use of ornamentation and modal harmony. Neoclassicism also shines through with Ravel's pointedly twentieth-century chromatic melody and piquant harmonies, particularly in the dissonant Forlane.
Written after the death of Ravel's mother in 1917 and of friends in the First World War, Le Tombeau de Couperin is a light-hearted, and sometimes reflective work rather than a sombre one which Ravel explained in response to criticism saying: "The dead are sad enough, in their eternal silence."
The first performance of the original piano version was given on 11 April 1919 by Marguerite Long, Joseph de Marliave's widow, in the Salle Gaveau in Paris.  (Wikipedia) https://en.wikipedia.org/wiki/Le_tombeau_de_Couperin


quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O Professor Merval ensina a fazer o dever de casa


Indagado, na edição de anteontem à noite do Jornal das Dez, sobre a razão de os BRICs estarem, até certo ponto, conseguindo sobreviver à recessão mundial, o insigne Merval Pereira, mais novo usufrutário de um fardão da Academia Brasileira de Letras, respondeu: “Porque eles fizeram o dever de casa nas décadas de 1980 e 1990”.

Depois do “Maracanã em pó” (ver postagem anterior), uma aplicação localizada, temos aqui uma lição abrangente de capitalismo do desastre (ver Naomi Klein) ministrada pelo professor Merval: para poder  crescer, os países precisam, primeiro, se deixar devastar por políticas de ajuste estrutural de suas economias.

Para propiciar ao leitor  uma imagem do impacto do “dever de casa” do Professor Merval sobre a economia brasileira, eu apresento um gráfico com as taxas de crescimento do PIB brasileiro desde 1964. O dever de casa consistiu, como se vê, em aprender a escrever o “W”, que naquela época não fazia parte do nosso alfabeto.

Incluo, no gráfico, uma “linha de tendência” automática do Excel, que, a mim pelo menos, reforça a desagradável intuição de que o melhor que podemos esperar do alardeado avanço do Brasil ao status de potência econômica num mundo governado pelo capital financeiro é... uma economia cronicamente estagnada em taxas médias de menos de 3% muito antes de alcançarmos os retardatários do pelotão da frente!

Ao leitor interessado em se aprofundar no ensinamento do professor Merval e seus efeitos sobre a geografia humana mundial, eu recomendo enfaticamente a leitura de Planeta Favela, de Mike Davis (tradução de Beatriz Medina, pósfácio de Ermínia Maricato), Boitempo Editoral, 2006. O título do livro fala por si.

Seguem três passagens do capítulo “Desajustando” o Terceiro Mundo: o big bang da pobreza urbana.

“Em agosto de 1982, quando o México ameaçou deixar de pagar as parcelas da dívida, tanto o FMI quanto o Banco Mundial, em sincronia com os maiores bancos comerciais, tornaram-se instrumentos explícitos da revolução capitalista internacional promovida pelos governos Reagan, Thatcher e Kohl. O Plano Baker de 1985 (...) exigiu sem rodeios que os 15 maiores devedores do Terceiro Mundo abandonassem as estratégias de desenvolvimento conduzido pelo Estado em troca de novas facilidades para empréstimos e de continuar participando da economia mundial” [DAVIS, p. 156]. 
(..)
Segundo uma pesquisa da OIT, a pobreza urbana na América Latina cresceu extraordinários 50% somente na primeira metade da década, de 1980 a 1986. A renda média da população economicamente ativa caiu 40% na Venezuela, 30% na Argentina e 21% no Brasil e na Costa rica. No México o emprego informal quase dobrou entre 1980 e 1987, enquanto os gastos sociais caíram para metade do nível de 1980. No Peru, a década de 1980 terminou com uma “hiper-recessão” induzida pelo PAE [Plano de Ajuste Estrutural] que, em três anos, reduziu o emprego formal de 60% para 11% da força de trabalho urbana (...) [DAVIS, p. 160].
(..)
Em todo o Terceiro Mundo os choques econômicos dos anos 1980 obrigaram os indivíduos a se reagrupar em torno da soma dos recursos da família, principalmente, da capacidade de sobrevivência e da engenhosidade desesperada das mulheres. Quando as oportunidades de empregos formais dos homens desapareceram, mães, irmãs e esposas, em geral, foram obrigadas a agüentar bem mais que metade do peso do ajuste estrutural urbano. (..) Como enfatiza a geógrafa Sylvia Chant, sob os PAES as mulheres urbanas pobres tiveram de trabalhar mais, tanto dentro quanto fora de casa, para compensar os cortes nos gastos com serviços públicos e da renda masculina; ao mesmo tempo, o aumento ou a criação de tarifas cobradas dos usuários limitaram ainda mais o seu acesso à educação e à assistência médica [DAVIS, p.161].

Tendo em vista tudo isso, não me surpreende a advertência dos pesquisadores do projeto Observatório Urbano da ONU: “Em 2020 a pobreza urbana do mundo chegará a 45% ou 50% do total de moradores das cidades”. [DAVIS, p. 155].

Na dúvida, leitor, sobre as causas desse intrigante fenômeno, não hesite em  perguntar ao professor Merval Pereira, PhD, Jornal das Dez.



2011-12-08


segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A montanha mágica


Deu no El País Economía online
02-12-2011, por Lucía Abellán
El parón económico en 2011 lleva a un nuevo récord del paro
Montagem: Avebarna.blogspot.com.br
Imagem original: El País
El paro despide los últimos días de Gobierno socialista con un nuevo récord. El registro de los servicios públicos de empleo contabilizó 59.536 desempleados más en noviembre, lo que eleva este colectivo a un máximo de 4,4 millones de personas tras cerrar su cuarto mes consecutivo al alza. La cifra, comunicada esta mañana por el Ministerio de Trabajo, duplica con creces la registrada el año pasado y casi coincide con la de noviembre de 2009, cuando se vivía lo que entonces parecía el momento más duro de la crisis. En la serie histórica solo el dato de 2008 empeora los de 2009 y 2011.
2011-12-05

sábado, 3 de dezembro de 2011

The day the world changed


Deu no The Guardian 
01-12-2011, por Jill Teanor
https://www.theguardian.com/business/2011/dec/01/credit-crunch-pinpointed-august-2007

Credit crunch pinpointed to 9 August 2007 – the day the world changed

The beginnings of the global debt crisis were first signalled by former Northern Rock chief executive Adam Applegarth

The former boss of Northern Rock, Adam Applegarth, pinpointed the start of the first credit crunch as 9 August 2007. It was the "day the world changed," he said.

The European Central Bank and the US Federal Reserve injected $90bn (£45bn) into jittery financial markets that day, but it was still not enough to stop banks being frozen out of the markets they relied on for funding.

Downing Street has now declared that "we are experiencing a credit crunch," while the governor of the Bank of England, Sir Mervyn King, reckons the eurozone is already in one. (..)

The reference to a "crunch" is the refusal of banks to lend to each other and it worries policymakers as it risks stymying economic growth by restricting credit to business and individuals. Barely a year after Applegarth signalled the start of the credit crunch, Lehman Brothers collapsed, unleashing mayhem in the market and a series of bank bailouts. (Continua)

2011-12-03