segunda-feira, 30 de abril de 2012

Transformam o país inteiro num puteiro*

Deu no Extra online
28-04-12, por Antero Gomes

Farra em Paris une dono da Delta e secretário de Saúde
A Delta disse que “não tem nada 
a comentar sobre a publicação 
de fotos que retratam alguns 
minutos de descontração entre 
empresários e algumas pessoas que 
ocupam postos públicos
 e têm convívio social” (Extra online)
Alvo de suspeitas de irregularidades e amigo de Sérgio Cabral, o empresário Fernando Cavendish, dono da Delta Construção, foi fotografado em Paris, ao lado do governador, de secretários de governo e de um atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) — Aloysio Neves. O órgão fiscaliza as contas e contratos públicos como os que o governo faz com a Delta. Desde 2007, a empreiteira acumula contratos superiores a R$ 1 bilhão com o governo estadual, muitos sem licitação.
As fotos foram postadas no blog do ex-governador Anthony Garotinho, antigo aliado e atual inimigo político de Cabral. O governo do estado confirmou a veracidade das imagens, alegando que foram tiradas numa viagem oficial em 2009. Segundo o governo, Cavendish não fazia parte da comitiva de Cabral.
Em duas das fotos aparecem, ao lado de Cavendish, num clima de intimidade, os secretários estaduais de Saúde, Sérgio Côrtes; e de Governo, Wilson Carlos. Os três, além de outras duas pessoas, estão no que parece ser um restaurante usando guardanapos nas cabeças, como se fossem bandanas.
Em outras duas fotos, o empresário aparece numa rodinha ao lado, novamente, de Sérgio Côrtes e de Wilson Carlos; além do ex-secretário de Fazenda, Joaquim Levy; do atual conselheiro do TCE, Aloysio Neves; e de Sérgio Cabral.
Foto: autor deconheci
Extra online 28-04-2012
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* Cazuza (1958-1990)


2012-04-30


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Cristóvam Buarque dá aula magna sobre a internacionalização da Amazônia

Deu no facebook

Durante debate em uma universidade dos Estados Unidos, o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador Cristóvam Buarque foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.

Esta foi a resposta do Sr. Cristóvam Buarque:

De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia.
Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.
Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. 
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. 
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro. 
Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA.
Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. 
Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. 
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. 
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!


2012-04-16


domingo, 15 de abril de 2012

Trilha sonora: Amor de Índio
















Amor de Índio
Beto Guedes
Ronaldo Bastos

Tudo que move é sagrado
E remove as montanhas
Com todo o cuidado
Meu amor
Enquanto a chama arder
Todo dia te ver passar
Tudo viver a teu lado
Com o arco da promessa
Do azul pintado
Pra durar

Abelha fazendo o mel
Vale o tempo que não voou
A estrela caiu do céu
O pedido que se pensou
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor
E ser todo
Todo dia é de viver
Para ser o que for
E ser tudo

Sim, todo amor é sagrado
E o fruto do trabalho
É mais que sagrado
Meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do seu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver

No inverno te proteger
No verão sair pra pescar
No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser todo




quinta-feira, 12 de abril de 2012

Legado olímpico é a alegre empulhação das sociedades emergentes

Deu no Destak SP
http://www.destakjornal.com.br/_vp/2430/virtual/index.html#/8/zoomed

"Sem uso, Ninho de Pássaro acumula prejuízo”
Montagem: Avebarna

“Quatro anos após os Jogos, o Ninho de Pássaro sofre com a falta de uso. Sem futebol e atletismo, o estádio já abrigou até rodeio e um parque temático de inverno. O governo [chinês] calcula que vai precisar de 30 anos para recuperar o investimento de R$ 1bilhão”


Muito já se falou sobre o legado da olimpíada de Atenas, que, fora os estádios vazios e as instalações sucateadas, deu uma substancial contribuição para a bancarrota do país, sob os auspícios da UE e seus bancos, principalmente franceses e alemães.

Agradecidos pela generosidade dos banqueiros e clarividência dos governantes, os trabalhadores gregos vão pagar [quase tudo] com cortes voluntários em seus próprios empregos e salários e comemorar um ano inteiro com desfiles e fogueiras por toda Atenas.

Muito se tem falado também sobre o legado da Copa do Mundo da África do Sul: mais estádios vazios, instalações sucateadas e uma imensa dívida que, se não parece suficiente para uma passagem até o Hades grego, certamente contribuirá para aprofundar o apartheid sócio-econômico em que ainda se arrasta o país. Mas que importa, diria Bush, se nos bantustões já se pode até votar? 

Agora é a vez de Pequim, literalmente, “abrir o bico”. Se o que diz a matéria acima for verdade, a situação nem é tão ruim. Afinal, 30 anos para recuperar um investimento de 1 bilhão de reais parece até aceitável num horizonte de projeto público. Resta saber se um estádio de futebol poderá, de fato, retornar um investimento de R$ 1 bilhão com rodeios e parques temáticos sazonais. É melhor, nesse caso, os chineses acrescentarem Neymar e Michel Teló à sua pauta de importações brasileiras.

Um bilhão de reais é, também, quanto vai custar (fora os aditivos) a demolição-reconstrução do Maracanã. E para sermos minimamente honestos com a contabilidade pública, teríamos de agregar a essa conta o custo da reforma para o Pan-Americano de 2007 – devidamente transformada em pó. 

Tudo bem. Ninguém fará mesmo essa conta e, no final, Eike, o Grande, futuro concessionário do Brasil, poderá explorar à vontade o fabuloso legado olímpico e copal multi-uso, novinho em folha, oferecendo ao público rendosos espetáculos de rodeio, missas campais, ex-roqueiros em atividade, cultos evangélicos, campeonatos de curling e patinação no gelo, Galvão UFC Bueno e até comícios de Primeiro de Maio – porque não? –, além de futebol, é claro - sem ter investido um único tostão.

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Delícia... delícia... Ai, se eu te pego!


2012-04-12