domingo, 13 de janeiro de 2013

Trilha sonora: Criança



Marina Lima












Marina Lima 
Criança


Vou
Vou levar
O tempo que for
Vou
Vou levar
Até desvendar caminhos e ver
Como eu chego em você

Vou
Vou levar
Até descobrir
Onde está
O mapa da mina

Eu sei (eu sei)
Criança, eu sei
Mas se você disser
Que quer
Eu tô quase lá...

Vou
Vou levar
O tempo que for
Vou
Vou levar
Até decifrar segredos e ser
O que eu desejo pra você

Vou
Vou levar
Até conseguir
Alcançar
A sua inocência

Eu sei (eu sei)
Criança, eu sei
Mas se você disser
Que quer
Eu vou adorar



terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Paulistana 2: Meia-noite na Bela Vista

Fonte: Blog do Diego*
Em breve estada num hotel decadente da Bela Vista, durante duas noites meu sono foi embalado pelo burburinho de vozes e o retinir de talheres vindos  de uma velha casa contígua.

Na terceira e última noite, ávido por uma refeição que me confortasse o estômago, desci à rua, dei a volta em três quarteirões, até descobrir uma promissora sopa de abóbora no mesmíssimo restaurante cuja algaravia entretinha o meu sono.

Levei ali um tempo razoável, mas que, no final, resumiu-se ao breve interregno de uma sucessão de fotogramas que trago na lembrança. Enquanto, no fundo da sala, um casal retrô se beijava furiosamente alheado do mundo, ao meu lado, junto à janela, um curioso quarteto formado por jovens espectros de Mário Pedrosa, Pagu, André Breton e Frida Khalo apreciava beatificamente os vinhos da casa expelindo, a cada cinco minutos, embevecidos monossílabos. Eu  juro que vi passar em dado  momento, esvoaçando, o anjo da Libelu.

Admirado, terminei vagarosamente o meu repasto, despedi-me da cena e retornei ao meu quarto de hotel para sonhar um sonho comezinho.

*http://diegosimionato.blogspot.com.br/2011/12/new-pics-noite-sao-paulo-bela-cintra.html


2013-01-08


sábado, 5 de janeiro de 2013

Paulistana 1: O pão nosso de cada dia

Inauguração da Avenida Paulista em 1891. 
Aquarela de Jules Martim*
Encontros extraordinários só me acontecem em Botafogo e Ipanema, nunca em Bangu ou Belford Roxo. Sempre que alguém me diz, “Puxa, como este mundo é pequeno”, eu respondo: “Nós é que somos poucos”.

Para não me deixar mentir, quis o acaso que, numa breve e quase anônima estada de três dias numa metrópole de mais de 20 milhões de habitantes, terceira ou quarta maior aglomeração urbana do planeta, cruzei, na entrada de um centro comercial da Avenida Paulista, como se fosse um evento absolutamente corriqueiro, com a urbanista mais famosa do Brasil.

Ela não me reconheceu, por certo – eu não sou, decididamente, uma figura popular. Fato é, creiam-me, que o encontro extraordinário ocorreu, tão inexorável como seria se frequentássemos, toda manhã, a mesma padaria. 

Mundo pequeno, mesmo! Botafogo, Ipanema e Jardim Paulista.



*Fonte:http://fotonocaminhosaopaulo.blogspot.com.br/2009/05/paulista_28.html


2013-01-05