segunda-feira, 24 de julho de 2017

Lagartixa na parede

Refletindo sobre a Primavera Democrática de 2011-2013 - Árabe, Turca, Espanhola, Norte-Americana, Brasileira -, sou levado a pensar que a Revolução vindoura, quando e onde quer que deslanche, a tempo quem sabe de salvar nosso meio ambiente para o desfrute geral, será Planetária no alcance, Francesa na forma e inexoravelmente tendente à Russa no conteúdo pela simples razão de que do que se trata, afinal de contas, é de desalojar os potentados financeiros, energéticos, tecnológicos, comerciais, industriais e midiáticos do controle da economia mundial em prol de uma economia global, com certeza, mas de interesse dos povos, vale dizer essencialmente planejada - recursos técnico-científicos para tanto estão disponíveis a serviço exclusivo dos potentados, além dos financeiros, é claro, sob sua Propriedade - e sustentável sob todos os aspectos. 

Enquanto aguardo o entrelaçamento das Primaveras Nacionais, o 1848 do século XXI e a edição atualizada da Associação Internacional dos Trabalhadores, fico com a palavra de ordem transitória, digo, provisória: "Todo o poder ao Painel do Clima!" 

2017-07-19


quinta-feira, 20 de julho de 2017

Hipótese entrópica

Montagem: www.avebarna.blogspot.com.br
Imagens e texto originais: Internet
Onde um dia existiram a classe trabalhadora, seus comitês de luta e seu recém-fundado partido disputando a liderança do movimento democrático e a herança do movimento socialista brasileiros, temos hoje o “lulismo”, um movimento de natureza de classe pouco clara, unido pela força gravitacional do prestígio político e eleitoral do Líder, coesionado pela doutrinação e propaganda de um importante segmento da intelectualidade autoproclamada de esquerda e estruturado por uma máquina político-partidária em luta pela sobrevivência do conjunto como cabeça, tronco e membros de um tardio Estado do bem-estar tupiniquim em prematuro processo de decomposição. 

2017-07-20


quarta-feira, 19 de julho de 2017

Genocídio eleito

Deu no Band.com 14-07-2017, por Luiza Muttoni

Crivella lança Memorial às Vítimas do Holocausto
Os recursos para a obra são da iniciativa privada
Se não faltam genocídios na
história da humanidade,
inclusive a moderna, por que se
há de construir, em lugar publico
dominante da paisagem do
Rio de Janeiro, um
mega-memorial de um 
genocídio particular denominado
 Holocausto, que foi o
dos judeus em mãos nazistas 
durante a II Guerra Mundial? 
Por que não construir, em lugar
amplamente acessível, um modesto
 memorial de todos os genocídios?
 Será o genocídio dos judeus mais
 digno de ser lembrado por ter
 título honorífico e poder de
 captação de recursos privados?
Ou será que aqui se embosca,
sob os auspícios do governo municipal,
uma exaltação do Estado
demoteocrático de Israel?

O Prefeito do Rio de Janeiro lançou, nesta sexta-feira (14), a pedra fundamental do Memorial às Vítimas do Holocausto, no Mirante do Pasmado, na Zona Sul da capital.
O monumento vai ter 22 metros de altura e a escritura "não matarás" na base. Na cerimônia, Marcelo Crivella disse que a obra simboliza o respeito e a igualdade aos povos.
O projeto prevê a construção de uma torre dividida em dez partes, que simbolizam os mandamentos bíblicos.
Segundo a Prefeitura, os recursos são oriundos da iniciativa privada. Além de Crivella, a cerimônia contou também, com a presença do Embaixador de Israel, Yossi Shelly, de sobreviventes do Holocausto, e de representantes da comunidade judaica e de outras vítimas da perseguição nazista.
2017-07-19

terça-feira, 18 de julho de 2017

Contra a condenação de Lula!

Sigo aguardando a oportunidade de me manifestar em uma campanha suprapartidária contra a condenação de Lula da Silva, pelo juiz Sergio Moro, com base em provas meramente circunstanciais.

Estaria até propenso a reativar o Comitê Suprapartidário Avebarna contra o Impeachment (de Dilma)*, agora na figura de um Comitê Suprapartidário Avebarna Contra a Condenação Judicial de Lula sem Prova Suficiente, não fosse a convicção de que o próprio Lula e seu partido não têm qualquer interesse em sair da posição de mártires da tendenciosidade política da Lava Jato em geral e de Sergio Moro em particular (que a esta altura pode ser clara para você e eu, leitor, que somos cidadãos politizados, mas não para a imensa maioria dos brasileiros mais do que compreensivelmente indignados com a pilhagem sistemática dos recursos do Estado e suas empresas por agentes públicos a serviço do cartel de grandes empreiteiras e concessionárias que há décadas controla o acesso às obras e serviços públicos no país), na esperança de uma hipotética absolvição em 2ª Instância que lhe dê trânsito livre à eleição presidencial prevista para 2018, objeto central, diria mesmo único, da política lulista que, para tanto, finge defender a queda imediata de Temer mas dedica o melhor de seus esforços a manobrar, tergiversar e rezar para que até lá ele permaneça firme no timão (uh..)!

Montagem: www.avebarna.blogspot.com.br
Imagens: Internet
O blogueiro tem fé que a maioria senão todos os membros do Comitê Avebarna Contra o Impeachment (de Dilma)* firmariam igualmente contra a condenação de Lula com base em provas meramente circunstanciais, ainda que o tesão de defendê-lo pudesse estar, em alguns casos, amolecido (!) pela persistente ambiguidade do condenado e de seu partido em face do conluio Congresso-STF para a deposição de Dilma e da continuidade do governo ilegítimo e arquirreacionário de Temer e Meirelles, os amigos da lula, digo, da onça dos trabalhadores do Brasil.
___
https://avebarna.blogspot.com.br/search/label/Comit%C3%AA%20Suprapartid%C3%A1rio%20Anti-impeachment 

2017-07-18

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Guerra nas estrelas

Deu na Fórum
17-07-2017, por Redação
Record faz matéria denunciando a Globo por querer impedir delação de Palocci. 
Imagem: Internet
É forçoso admitir que, numa economia planetária tiranicamente dominada por potentados financeiros, tecnológicos, energéticos, comerciais e midiáticos norte-americanos, europeus, médio-orientais e asiáticos - todos estreitamente associados, ainda que por vínculos históricos distintos, aos seus respectivos Estados nacionais -, o programa lulista para o Grande BRIC do Sudoeste Mundial é bastante coerente e realista: o consórcio do Estado com o Mercado - vale dizer com potentados nacionais emergentes que disputam, conforme as regras gerais do pragmatismo político, um lugar ao sol na promoção do caos econômico global -, consórcio este promovido, afiançado, gerido e - por último mas não menos importante - arbitrado, na falta de uma classe empresarial minimamente prestigiosa aos olhos da nação, pelo Partido dos Pobres e seu Campeão, sendo a incompreensão desta ordem (!) de coisas o calcanhar-de-aquiles da Operação Lava-Jato e o motivo primeiro de ter sido por eles declarada, a despeito de sua igualmente vasta e mais do que justificada simpatia popular, a Inimiga No. 1 do Progresso do Brasil. 

Aguardemos os próximos episódios. 

2017-07-17


sábado, 15 de julho de 2017

Socialismo bolivariano: maduro ou passado?



Montagem www.avebarna.blogspot.com.br
Imagem original: Internet

Num mundo em que o arroto de um financista de Wall Street, uma dor de cabeça de um magnata russo, a indigestão de um burocrata chinês e, é claro, um traque de um xeique árabe podem significar a bonança ou a ruína de países inteiros, o socialismo numa só Venezuela, bolivariano como se não bastasse, só pode ser ingenuidade no melhor dos casos ou, no pior, puro charlatanismo.

2017-07-15


sexta-feira, 14 de julho de 2017

Junho de 2013 e a Internacional Bonapartista

Deu na Piauí online
Junho de 2017, por Fernando Haddad
Vivi na pele o que aprendi nos livros - um encontro com o patrimonialismo brasileiro 
Montagem: avebarna.blogspot.com.br
Imagem original: Internet
(..) Durante os protestos de 2013 no Brasil, a percepção de alguns estudiosos da rede social já era de que as ações virtuais poderiam estar sendo patrocinadas.
(..) Bem mais tarde, eu soube que Putin e Erdogan haviam telefonado pessoalmente para Dilma e Lula com o propósito de alertá-los sobre essa possibilidade.
(..) Tenho para mim que o impeachment de Dilma não ocorreria não fossem as Jornadas de Junho [de 2013].
(Continua)

2017-07-14

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Sem muxiba, por favor!

O blogueiro se declara à disposição para assinar quaisquer petições contra a condenação de Lula no caso do Guarujá, que considera baseado em suspeitas, indícios e delações relevantes, mas carente de provas cabais - desde que as exigências sejam claras e o preâmbulo não pretenda impingir contrabandos do gênero “Lula 2018 é a solução”, “Vivemos num Estado de exceção”, “Moro condenou os programas sociais do PT”, “A Lava-Jato é a justiça dos coxinhas” ou, de maneira mais geral, alguma “análise de conjuntura” produzida nas farmácias de manipulação da cúpula petista. 

Todos esses juízos são direito inalienável de quaisquer cidadãos, inclusive os organizadores de movimentos em defesa de Lula, mas não se pode, com base neles, construir uma campanha unitária, isto é, que respeite os distintos pontos de vista sobre o que está em jogo.

2017-07-13

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Dentro da caixa

Deu na Piauí online
Junho de 2017, por Fernando Haddad
http://piaui.folha.uol.com.br/materia/vivi-na-pele-o-que-aprendi-nos-livros/
Vivi na pele o que aprendi nos livros - um encontro com o patrimonialismo brasileiro

Com a ajuda de seu cubo
pensador, o ex-prefeito
Fernando Haddad cogita
que os bons tempos
continuariam existindo
não fosse o fato
de já serem outros.

Montagem:www.avebarna.blogspot.com.br
Foto original: Internet

(..) Durante os protestos de 2013 no Brasil, a percepção de alguns estudiosos da rede social já era de que as ações virtuais poderiam estar sendo patrocinadas. Não se falava ainda da Cambridge Analytica, empresa que, segundo relatos, atuou na eleição de Donald Trump, na votação do Brexit, entre outras, usando sofisticados modelos de data mining e data analysis. Mas já naquela ocasião vi um estudo gráfico mostrando uma série de nós na teia de comunicação virtual, representativos de centros nervosos emissores de convocações para os atos. O que se percebia era uma movimentação na rede social com um padrão e um alcance que por geração espontânea dificilmente teria tido o êxito obtido. Bem mais tarde, eu soube que Putin e Erdogan haviam telefonado pessoalmente para Dilma e Lula com o propósito de alertá-los sobre essa possibilidade.
Eu estava decidido a manter posição diante dos protestos, apesar das pressões. Eis que recebo um telefonema do Eduardo Paes, a quem o Planalto também tinha pedido o adiamento do reajuste da tarifa, dizendo que era melhor ceder. “Não vou segurar, você vai ficar sozinho”, me disse o prefeito do Rio. A pressão interna sobre nós já atingia patamares insuportáveis e o telefonema era a gota d’água. Foi então que resolvi ir ao Palácio dos Bandeirantes e propor ao governador Alckmin que fizéssemos juntos o anúncio da revogação do aumento. Contrariado, certo de que aquilo nada tinha a ver com tarifa de ônibus, tentei com o gesto despartidarizar a questão e iniciar um processo de construção de uma política tarifária metropolitana.
Na chegada, quando apertamos as mãos, pouco antes da coletiva em que faríamos o anúncio, eu disse ao governador o que pressentia: “Podemos estar às vésperas de uma crise institucional.”
Tenho para mim que o impeachment de Dilma não ocorreria não fossem as Jornadas de Junho. (Destaque Avebarna) (Continua)
2017-07-10

sábado, 8 de julho de 2017

Erdoganização local

Lula e o PT qualificam seu próprio ex-vice e aliado preferencial de presidente ilegítimo, o que de fato é, mas não movem uma palha para ajudar o país a concretizar o “Fora Temer”.

Classificam o impeachment de Dilma como golpe, o que de fato foi, mas não exigem a dissolução imediata do congresso golpista em favor de uma Assembléia unicameral com poderes Constituintes, eleita sem a influência do dinheiro e dos potentados midiáticos.

Chamam o STF de acovardado e a Lava-Jato de tendenciosa, o que de fato são, mas não indicam nenhum caminho para a construção de uma Justiça imparcial e cidadã. 

A julgar pelas falas do ex-presidente e as matérias do saite do partido, todo o problema da democracia no Brasil se resume e subsume... à candidatura presidencial de Lula em 2018! 

Nessas condições, é difícil enxergar na proposta “Lula 2018!” outra coisa que não a esperança mais ou menos consciente, ou a gestação mais ou menos inconsciente, de uma solução de viés bonapartista - pela esquerda e pelo voto, por que não? - para as desgraças que assolam a nação.

2017-07-14

sexta-feira, 7 de julho de 2017

quinta-feira, 6 de julho de 2017

Revisada com garantia

Deu na Folha de S. Paulo online
28-06-2017, por Gustavo Uribe e Talita Fernandes
Na véspera de escolha de Dodge, Temer se reuniu com Mendes  
Montagem: www.avebarna.blogspot.com.br
Foto original: Simone Sartori /divulgação /Notícias do Dia 

2017-07-06

quarta-feira, 5 de julho de 2017

segunda-feira, 3 de julho de 2017

O fundo do poço?

Deu na Folha de S Paulo online
02-07-2017, por Painel
Advogados de Temer, Dilma, Lula e Aécio articulam manifesto para questionar o Judiciário e o MP 
Imagem: Internet
Defender-se publicamente, com o apoio de juristas independentes, personalidades e organizações civis, do que considera uma iminente condenação sem base em provas, é um dever político de Lula e de seu partido. Expor, numa campanha desse tipo, a sua opinião sobre a Lava Jato, o MP, o Judiciário e tudo quanto queiram é um direito sem o qual nenhuma ação unitária entre pessoas e organizações de distintos pontos de vista pode ser realizada. 

Por essa exata razão, pretender impor (como de hábito por default), a quantos gostariam de defender Lula neste caso, a plataforma da denúncia da Lava Jato como a grande desgraça do país e Lula Presidente como a única solução, é uma estupidez inominável, equivalente àquela que, faz poucos meses, consistiu em assimilar a defesa do mandato de Dilma à defesa de seu governo e, por, extensão, da onipresente sabedoria dos líderes petistas - com o resultado que todos conhecemos: derrota acachapante e confusão catastrófica.

Agora, defender-se da Lava Jato por meio de uma associação política espúria com a pior canalha de golpistas, bandidos e reacionários, amigos da onça e inimigos jurados da classe trabalhadora e da democracia substantiva, boa parte deles acusados com base em indícios avassaladores, seria, pura e simplesmente, um crime pelo qual a cúpula do PT haveria de pagar, "de direito", com a debandada geral de seus perplexos seguidores rumo a um partido que, pelo menos, honrasse o próprio nome.

PS: Lula desmentiu a nota do Painel/Folha. O que não quer dizer que atrás dessa fumaça não tenha uma fogueira de São João: além de compatível com a tradicional duplicidade dos líderes petistas, ela é decorrência lógica das consignas "defesa da política” e "defesa da classe política” - contra a Lava Jato -, recém postuladas pela presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann (ver neste blog a postagem “Uma noite na ópera”). https://avebarna.blogspot.com.br/2017/06/uma-noite-na-opera.html

2017-07-03

sábado, 1 de julho de 2017

30 de Junho: muita fumaça e pouca greve

Universitários de Chapecó, SC, atendem 
à convocação de Greve Geral em 30 de junho
Foto: Internet
Com todo respeito e apoio incondicional àqueles que se mobilizaram por todo o país neste 30 de junho, não consigo enxergar mais do que um rotundo fracasso da iniciativa. Uma greve geral não é o mesmo que uma jornada de manifestações de rua - e pior -, qualitativamente iguais e quantitativamente menores do que as da mobilização precedente.

O saite do PT saiu com a seguinte pérola: “PARALISAÇÕES EM ATOS (sic!) de norte a sul do Brasil dizem não às reformas do governo usurpador de Michel Temer”. O que é isso? Querem enganar quem?

A convergência de iniciativas dos partidos e frentes de esquerda com os aparatos das centrais sindicais não é, infelizmente (ou felizmente?) condição suficiente para o sucesso de uma greve geral. Faltam os trabalhadores... parando de trabalhar! E para tanto são indispensáveis clareza absoluta de objetivos, formas de organização adequadas e lideranças próprias e confiáveis em todos os níveis, itens cuja produção supõe um histórico mínimo de luta - de classe - da geração presente! 

Por outro lado, não se pode minimizar a importância, pela negativa, da já longeva autoconversão voluntária do PT de partido de classe dos trabalhadores em partido parlamentar “de esquerda”, assim como da sua desmoralizante estratégia de cambalachos de Estado com o empresariado companheiro e, para culminar, da vergonhosa derrubada sem luta, ainda fresca na memória coletiva, do seu governo pelas mãos dos próprios aliados. Que trabalhador arriscará o seu emprego para seguir tão temerária (uh!) liderança?

Em resumo, eu penso que a classe trabalhadora QUE NÃO SE RECONHEÇA COMO TAL só fará greve geral sendo arrastada por um tsunami democrático como o de Junho de 2013 e se reconstruindo como classe para si dentro do turbilhão! O PT deu as costas, conscientemente, a essa chance quando ela se apresentou, e o PSOL, aparentemente, ainda não se deu conta de tal necessidade. O preço está sendo pago: muita fumaça - literalmente - e pouca greve. 

A luta continua, mas um balanço honesto é necessário!

2017-07-01