terça-feira, 9 de julho de 2013

Congresso Constituinte Já!

(Publicado no facebook em 24-06-2013)

Aqui, na minha lista de amigos do facebook, tem gente de todas as linhas de pensamento. Por exemplo, tem admiradores incondicionais e adversários ferrenhos do governo Dilma Roussef. A imensa maioria não é nem uma coisa nem outra, talvez até seja as duas coisas ao mesmo tempo – o que nada tem de estranho, diria até que, nas circunstâncias, é bastante saudável. Mas somos todos importantes, todos temos o nosso lado da história para contar e ser ouvido.

(Jamais compartilhei, e serei adversário até a morte, da
sociologia metafísica dos atuais dirigentes do PT, que fornecem aos seus seguidores um prisma através do qual o mundo sempre aparece dividido dois reinos: governo e oposição, esquerda e direita, democracia e fascismo. O adepto é obrigado, o tempo todo, a classificar tudo o que vê, imediatamente, em algum desses dois campos, morto de medo de ser classificado pelos próprios gurus com o rótulo “errado”. Não espanta que, diante de um imenso tsunami político como o que estamos vivendo, esses dirigentes entrem em pânico e suas bases se quedem perplexas. A cúpula do PT e seu séquito de teóricos deixa aos maus escritores a tarefa de lembrar às pessoas que a realidade é feita de infinitos tons de cinza.)

Contudo, tenho, como todos, os meus critérios. Com base neles, acabo de defenestrar da minha lista um óbvio provocador que vem publicando mensagens convocando à “greve geral para mostrar quem manda no país” aos berros de “fora Dilma”. Sugiro que todos façam o mesmo. Deve haver por aí muitos outros, mas tenho coisa melhor para fazer.

Permitam-me, para terminar, esclarecer que rompi com o PT, jamais serei defensor incondicional de um governo PT-PMDB, mas sempre defenderei, do meu modesto posto de observador virtual, e à minha maneira, o que entendo serem conquistas democráticas e sociais encarnadas nas figuras e cargos políticos de Lula e Dilma contra a plutocracia brasileira e seus advogados no governo, no Congresso, no judiciário, na imprensa e nas ruas.

É por isso que acho que está na hora de pensarmos em um Congresso Constituinte. Sinceramente, não vejo como resolver passe livre, aborto, Estado laico, contratos de serviços públicos, reforma agrária, distribuição da renda da terra urbana, distribuição de royalties das riquezas do subsolo e tantas outras coisas democráticas com este congresso que temos. Dilma representa até aqui, creio, a vontade da maioria. Mas este congresso está morto. Só falta deitar.


2013-09-09