terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Síndrome de Podemos

Deu no Correio do Estado online
19-02-2018, por Brasil 247
https://www.correiodoestado.com.br/politica/frente-de-esquerda-prepara-manifesto-para-reconstruir-o-brasil/321850/
PT, PDT, PSB, PCDOB E PSOL: Frente de esquerda prepara manifesto para reconstruir o Brasil 
Os braços de formação política das legendas, representados pelas fundações Lauro Campos (PSB), Leonel Brizola-Alberto Pasqualini (PDT), Perseu Abramo (PT), Maurício Grabois (PCdoB) e João Mangabeira (PSOL) lançarão no próximo dia 20 de fevereiro o Manifesto Unidade para Reconstruir o Brasil.
(..) A frente de esquerda reúne quatro pré-candidatos à Presidência: Lula, que lidera as intenções de votos em todos os cenários, mas pode ser inabilitado da disputa, Manuela D'Ávila pelo PCdoB, Ciro Gomes pelo PDT e o PSOL já anunciou o nome do coordenador do MTST Guilherme Boulos. Eles ainda não estão confirmados no evento. (Continua)
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Pergunta: a liderança do PSOL não se dá conta de que reivindicar as jornadas democráticas de Junho de 2013 e tê-la como parte de seu patrimônio político é incompatível com a estratégia da “frente de esquerda”?

Av Presidente Vargas - Rio de Janeiro
Junho de 2013

Não vê que a intelligentsia do maior partido “de esquerda”, alvo prioritário dessa estratégia sem o qual ela não faz o menor sentido, considera Junho de 2013 um movimento de origem suspeita, no melhor dos casos, ou manifestamente “de direita”, no pior, uma espécie de Marcha da Família responsável pela desestabilização política e queda do governo Dilma?

Não percebe que na "Unidade" de PT e PCdoB "para Reconstruir o Brasil" não cabem, e nunca caberão, multidões de indignados como as que tomaram as ruas do país para exigir, do governo desses mesmos partidos, a prestação de contas das nebulosas transações com os sócios maiores do milagre social lulista - empreiteiras, concessionárias, bancos, impérios de comunicação, FIFA, Comitê Olímpico Internacional etc? 

A frente de esquerda é o caminho mais curto e certo para o PSOL dilapidar o prestígio duramente conquistado junto a importantes segmentos da juventude libertária e do trabalhadorado brasileiro do século XXI.

2018-02-20


sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Rentabilidade, precariedade, salarios


Deu no The Economist 06-01-2018
https://www.economist.com/finance-and-economics/2018/01/06/many-happy-returns-new-data-reveal-long-term-investment-trends

Many happy returns: new data reveal long-term investment trends

Property yields more than shares and bonds; investment returns outstrip economic growth

(..) More bracing still are the data’s implications for debates on inequality. Karl Marx once reasoned that as capitalists piled up wealth, their investments would suffer diminishing returns and the pay-off from them would drop towards zero, eventually provoking destructive fights between industrial countries. That seems not to be true; returns on housing and equities remain high even though the stock of assets as a share of GDP has doubled since 1970. Gravity-defying returns might reflect new and productive uses for capital: firms deploying machines instead of people, for instance, or well-capitalised companies with relatively small numbers of employees taking over growing swathes of the economy. High returns on equity capital may therefore be linked to a more tenuous status for workers and to a drop in the share of GDP which is paid out as labour income.

Similarly, long-run returns provide support for the grand theory of inequality set out in 2013 by Thomas Piketty, a French economist, who suggested (based in part on his own data-gathering) that the rate of return on capital was typically higher than the growth rate of the economy. As a consequence, the stock of wealth should grow over time relative to GDP. And because wealth is less evenly distributed than income, this growth should push the economy towards ever higher levels of inequality. Mr Piketty summed up this contention in the pithy expression “r > g”.

In fact, that may understate the case, according to the newly gathered figures. In most times and places, “r”, which the authors calculate as the average return across all assets, both safe and risky, is well above “g” or GDP growth. Since 1870, they reckon, the average real return on wealth has been about 6% a year whereas real GDP growth has been roughly 3% a year on average. Only during the first and second world wars did rates of return drop much below growth rates. And in recent decades, the “great compression” in incomes and wealth that followed the world wars has come undone, as asset returns persistently outstrip the growth of the economy. (..)

2018-02-09

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

Enterre-se a defunta!


Brasília, junho de 2013
Em matéria de 2006 publicada na Folha de Araçatuba, o jurista Walter Maierovitch expôs o seguinte ponto de vista:

"É preciso refundar ou redescobrir o Brasil, porque tudo funciona mal", defende Maierovitch. "Temos que começar por uma reforma constitucional para se dar um novo alicerce de sustentação a um novo Brasil", acrescenta. Para o magistrado, essa reforma deveria ser feita por cidadãos independentes, originários de movimentos sociais, eleitos exclusivamente para uma Assembléia Constituinte e proibidos de concorrer a qualquer cargo eletivo posteriormente. "Eu acho que não tem outra solução, senão nós vamos colocar a Constituição de novo nas mãos de deputados e senadores marcados por compromissos corporativos".

Numa pequena entrevista publicada n’O Dia de 16 de dezembro de 2017, o jurista reiterou:

“Precisamos de uma verdadeira reforma política, uma nova Constituição, nova República, em que o povo seja realmente representado. Como colocou o sociólogo Max Weber, política é serviço, não é profissão.”

Não compartilho de muitas das ideias de Maierovitch, muito menos de sua visão de mundo, não é meu candidato a nada, mas faço minhas essas palavras.


2018-02-02