quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Concessionários ao mar!

Deu n’O Globo online
12-10-2015, por Marco Grillo  

Estado confirma que CCR quer deixar a operação das barcas
Concessionária já formalizou intenção ao governo, que analisa o caso
CCR alega “desequilíbrio no contrato” e “falta de interesse estratégico de seguir com a operação”

Fonte: Internet Artista não identificado
Falemos claro. Transporte público de grandes contingentes urbanos - fora ônibus, que, além de vantagens operacionais fáceis de intuir, circula por vias criadas e mantidas pela coletividade - deixou de ser um negócio rentável há muitas décadas, e por uma razão muito simples: a tarifa que amortiza a implantação e cobre a operação dos sistemas não cabe no bolso da força de trabalho a ser mobilizada. 

Significa dizer que as concessões de trens, metrô, barcas e BRTs só podem sobreviver com aportes estatais - investimentos em infraestrututura, material rodante e compensações financeiras - que garantam, em todos os cenários, o retorno de capital requerido pelo capital concessionário. 

Coincidentemente, a CCR está desistindo das Barcas pouco depois de ter perdido a licitação da Ponte, para um consórcio que ofereceu redução de pedágio! - indício mais do que convincente de que a CCR superfaturava na Ponte para cobrir prejuízos nas Barcas.

Moral da história: a privatização dos transportes urbanos é uma marmelada, que só funciona à medida em que os capitais concessionários assumam o controle monopolista, ou cartelizado, de todas as alternativas de serviço e se tornem, ao fim e ao cabo, parasitas preferenciais do Tesouro.  



2015-10-15