domingo, 13 de agosto de 2023

Avebarna Domingo: O capital no século XXI


Metrópoles 11-08-2023
https://www.metropoles.com/blog-do-noblat/artigos/reinventar-o-capitalismo-por-antonio-carlos-de-medeiros
Deu no New York Times: permanece crescente a formação de monopólios na economia americana. É tendência de várias décadas. Na edição do último 21 de julho, German Lopez mostra que apenas 1% das corporações detém 97% das ações das empresas americanas, considerando-se o setor de manufaturas, o setor financeiro e o setor de serviços. 

(..) É o capitalismo monopolista em seu auge. Esta tendência é mundial. Acentuada pela Era do monopólio de Big Techs – a Alphabet, a Amazon, a Meta, a Apple, e a Microsoft. (..) Quase como um corolário do avanço dos monopólios, é também crescente os riscos do avanço da “financeirização” do mundo. Trata-se do fato de que os mercados financeiro e imobiliário crescem mais rápido do que a economia “real” (a economia produtiva). (..)

Estima-se que os 500+ do ranking da Fortune destinaram recentemente US$ 5 trilhões para recompra de ações. A consultoria McKinsey estima que desde 2000 o estoque mundial da riqueza em papel saltou para cerca de US$ 160 trilhões!

Para Gillian Tett, este estoque de riqueza em papel (o preço especulativo e não realizado de todos os ativos financeiros) reflete em parte o crescimento econômico real. “Mas decorre principalmente de um grande aumento da dívida global e da oferta de dinheiro”. A McKinsey estima que “para cada dólar de investimento global feito desde 2000, cerca de US$ 1,90 em dívida foi acrescentado. Em 2020 e 2021 isso acelerou para US$ 3,40 para cada US$ 1 de investimento líquido”.

A resultante foi a elevação do valor presumido de todos os ativos globais, em relação ao PIB, de cerca de 470% do PIB mundial em 2000 para mais de 600% hoje, diz Tett. “Com os mercados imobiliário e de ações crescendo mais rápido que a economia real, para um grau verdadeiramente notável (US$ 160 trilhões)”. (..)

Enquanto isto, o “novo normal” tem sido o baixo crescimento mundial, combinado com novo patamar de inflação mais alta e de taxas de juros mais altas e resilientes. Com preços de ativos que nem sempre sobem. Neste “novo normal”, a formação da riqueza não necessariamente resulta em prosperidade. (..)

2022-08-13