sexta-feira, 28 de junho de 2013

Desamor é quase antipatia

A cúpula dos Partido dos Trabalhadores abandonou a maré democrática de junho à sua própria sorte.

Pior, mandou uma tropa de militantes provocar a manifestação pelo Passe Livre com a imposição de suas bandeiras e, com o esperado resultado, não apenas colocou em suspeição o caráter "progressista" do movimento como pôs-se a insuflar uma campanha em "defesa de Dilma contra a ameaça de golpe". 

A cúpula do PT está oferecendo à plutocracia brasileira o patrocínio da maré democrática de junho - um presente com que ela jamais poderia sonhar.

Admito que cansei. Cansei de sustentar uma posição, ao mesmo tempo racional e emocional, de me manter solidário ao PT para estar ao lado da classe social a que me sinto ligado desde que achei ter entendido alguma coisa sobre este mundo belo e estranho em que vivemos.

Está suspensa a minha autodesignada posição de simpatizante do PT, pelo menos até que, do longínquo posto de observação virtual em me encontro, consiga enxergar alguma vida na terra salgada a que o partido foi, paulatina e consistentemente, reduzido por seus dirigentes. 

Teoricamente, só a própria classe trabalhadora poderá salvar o PT. Mas é duvidoso que ela ainda tenha interesse em fazê-lo. O futuro dirá.

Se é que isto importa para alguém além de mim mesmo, considerem-me sem-partido no próximo período. E, em qualquer caso, limitar-me-ei a participar da vida pública por via de meus dois blogs, À beira do urbanismo e Uma estranha e gigantesca ave sobre Barcelona.


2013-06-28