quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Gilmar, o Bode de Mendes

Deu n’O Globo e na Folha de S Paulo
15-12-2016, primeira tela
Supremo anula votação que desfigurou pacote anticorrupção
Baphomet, o Bode de Mendes
Imagem: Internet

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Do ponto de vista do Estado democrático de direito brasileiro tal como estabelecido na Constituição de 1988, parece-me que o ministro Gilmar Mendes está, neste episódio, coberto de razão!

O que me conduz à pergunta inevitável: como pode o Dr. Gilmar, tido nos círculos petistas como o maior fascista do Brasil, ter razão numa questão afeta ao Estado de direito?

Consultando a sócio-politologia do PT do século XXI - fartamente ilustrada numa simples pesquisa Google “Gilmar Mendes fascista” -, encontrei não propriamente explicação, mas algo muito mais valioso: um método para identificar o que está em jogo e pistas sobre como devo me conduzir.

Em poucas palavras, deduzi que o insigne Magistrado só pode ser um fascista judicante circunstancialmente entrincheirado do lado do golpismo antidilmista fascista, sim, mas indiscutivelmente parlamentar, portanto visceralmente aberto a negociações, ora sob a ameaça mais imediata dos perversos superneofascistas da Lava-Jato, todos antilulistas radicais avessos ao diálogo e adeptos da deduragem remunerada, resultando que estaríamos diante de uma guerra interfascista de consequências incertas em face da qual é recomendável aos defensores das conquistas sociais petistas, dentre os quais me incluo - à minha maneira, é claro -, se colocarem - muito discretamente, por favor - do lado do fascista ocasionalmente constitucionalista Mendes contra os fascistas lava-jatistas entreguistas do Ministério Público e do Judiciário, em especial o arquifascista coxinha-branca Moro.

A aliança tática - ou tácita? - com um dos braços do fascismo não constitui problema, visto que Lula e Dilma governaram treze anos abraçados ao Calabar criptofascista Michel Temer e toda a chusma de traidores parafascistas que constituíam a base do governo democrático-popular no Congresso Nacional sem que isto o tenha impedido - refiro-me a Lula, o Único - de cumprir o mais extraordinário mandato presidencial de nossa história. 

Conclusão: o fascismo também tem, no fim das contas, a sua contribuição a dar ao progresso dos mais pobres do Brasil.


2016-12-15