sexta-feira, 18 de março de 2016

A saída é pela esquerda. Mas cadê a porta?


Depois de aguardar com alguma ansiedade, por dias a fio, uma manifestação da liderança do PSOL - na convicção de que o momento histórico é seu - sobre a saída, ou saídas possíveis, da arapuca em que a política do PT, Lula e Dilma meteu a massa trabalhadora e a juventude do país, eis que aparece no saite do partido [sem data] uma nota da sua bancada parlamentar. Um pronunciamento, finalmente, que vai aqui reproduzido. Alvíssaras!

Limito-me a destacar o parágrafo final, onde as lideranças indicam o caminho a seguir. 

Ocorre-me, porém, reformular a pergunta do título desta postagem desde um ponto de vista que imagino ser o da militância do PSOL e suas legiões de jovens simpatizantes interessados em defender a democracia nas manifestações convocadas pelo PT para esta tarde: de acordo, companheiros; a saída é pela esquerda. MAS COM QUE ROUPA EU VOU? 

Por qual caminho poderá o país sair positivamente do infeliz impasse em que nos encontramos, isto é, realizar a plataforma indicada no Parágrafo 5 deste manifesto como expressão da vontade da maioria - com Dilma, Lula e o PT, se quiserem mudar radicalmente de rumo, ou sem eles se preciso for?

O que propõe "concretamente" a liderança do PSOL
  
A SAÍDA É PELA ESQUERDA: NOTA DA BANCADA DO PSOL 
Face à velocidade dos últimos acontecimentos e a radicalização da crise política, tomamos um posicionamento firme e sem meias palavras:
1. Somos oposição programática e de esquerda ao governo Dilma. Combatemos suas políticas regressivas e questionamos as concessões feitas ao grande capital. Diante da atual crise, do ajuste fiscal e da retirada de direitos, é inegável que este governo tem se afastado dos reais anseios da maioria da população.
2. Somos favoráveis a toda e qualquer investigação, desde que respeitado o Estado Democrático de Direito, sem seletividade ou interferências externas. É preciso que se desvendem as relações promíscuas entre os Poderes da República e o grande empresariado.
3. As últimas atitudes do juiz Sérgio Moro representam claro uso político da Justiça e comprometem o trabalho desenvolvido pela Operação Lava Jato. Atitudes que possuem objetivos midiáticos rompem regras democráticas básicas e favorecem a estratégia de um golpe institucional.
4. Somos contra a saída gestada pelos partidos da oposição conservadora, pelo grande capital e pelos grandes meios de comunicação. O impeachment, instrumento que só pode ser usado com crime de responsabilidade comprovado, se tornou uma saída para negar o resultado das urnas, com o propósito de retirar a presidenta Dilma do poder, buscando um “acordão” para salvar outros citados nas investigações da Lava Jato. A troca de governo acelerará os ajustes pretendidos pelos poderosos, retirando direitos dos trabalhadores e atingindo nossa soberania. 
5. A saída é pela esquerda. É necessário promover uma reforma política profunda, com ampla participação popular, ter coragem de mudar radicalmente os rumos da economia, auditar a dívida pública, priorizar o consumo e a produção, taxar as grandes fortunas e baixar a taxa de juros de forma consistente. Propostas não faltam. Mas é preciso coragem para contrariar interesses do grande capital.
http://www.psol50.org.br/2016/03/a-saida-e-pela-esquerda-nota-da-bancada-do-psol/  

2016-03-18