21-05-2011, por BBC Brasil
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2011/05/110521_espanha_suite_ji
Manifestações se espalham pela Espanha apesar de proibição
Puerta del Sol, Madri, 15 de maio de 2011
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Milhares de pessoas voltaram a se reunir em cidades ao redor da Espanha neste sábado para protestar contra o índice de desemprego e medidas de austeridade do governo. Os protestos continuam em desafio a uma proibição a manifestações políticas na véspera de eleições, que acontecem neste domingo no país.
O protesto começou em Madri há seis dias na principal praça da capital, a Puerta del Sol, pela iniciativa de jovens espanhóis, que protestam contra o índice de 45% de desemprego em sua faixa etária.Cerca de 25 mil manifestantes permaneceram no nocal, a maioria acampados, durante a noite desta sexta-feira. Eles desafiaram uma proibição da Comissão Eleitoral da Espanha, que ordenou sua retirada da praça até a meia-noite de sexta-feira, quando entrou em vigor a proibição contra manifestações.
(..) Segundo a agência Efe, os protestos deste sábado reuniram cerca de 60 mil pessoas pela Espanha, em cidades como Barcelona, Valência, Sevilha e Bilbao, além da capital.
A multidão cresceu na capital, e os protestos se espalharam para cidades ao redor da Espanha.
Os manifestantes pedem emprego, melhores condições de vida, um sistema democrático mais justo e mudanças nos planos de austeridade do governo socialista espanhol.
"Eles querem nos deixar sem saúde pública, sem educação pública, metade de nossos jovens está desempregada, eles aumentaram a idade para a aposentadorai também", disse a manifestante Natividad Garcia. "Isso é um ataque contra o pouco Estado de bem-estar social que temos".
(..) Outro manifestante diz que se juntou aos protestos por não ter perspectivas de emprego, apesar de ter um diploma.
"As classes políticas devem saber que isso não está certo", disse Inma Moreno, de 25 anos.
Muitos dos participantes traçaram paralelos entre suas ações e os protestos pró-democracia no centro do Cairo, que culminaram com a derrocada do presidente Hosni Mubarak.
2011-05-21