Instantâneo do momento em que o exército de Putin jogava a última pá de cal sobre a Comuna de Kiev |
Metade dos oligarcas ucranianos fugiu para Moscou, a outra metade para Londres. As Forças Armadas capitularam, o presidente desapareceu, o parlamento se extinguiu. Na capital assediada, os cidadãos-trabalhadores defendem como podem o seu orgulho nacional e as suas condições de existência: constituem a milícia armada, assumem o controle dos bancos, fábricas, centrais de comunicação e serviços públicos, organizam o mercado e a distribuição de víveres. Para dirigir o esforço de guerra e governar a cidade, elegem um Conselho Cidadão com representantes de todos os bairros, empresas, escolas e sindicatos. Quando o mundo acorda de seu estupor, depara-se com a Comuna de Kiev. Dentro em pouco ela será esmagada pelo exército russo e seus líderes sumariamente julgados e fuzilados - para alívio das lideranças políticas constituídas a Ocidente, Oriente, Norte e Sul, consternação real, ainda que discreta, de seus respectivos eleitores e absoluta perplexidade das redes sociais planetárias, que debaterão durante algum tempo se a Comuna era de esquerda ou de direita. Vida que segue. Novas catástrofes econômicas, sociais e climáticas já assomam no horizonte.
2022-02-27