O solerte Odisseu, digo, o ardiloso Tsipras, parece extrair forças de um grande imbróglio sócio-político: a Grécia dos "haves", que em geral votou SIM, precisa da Troika tanto quanto a Troika precisa da Grécia dos "have-nots", que em geral votou NÃO.
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O sofista Tsipras
explica aos atônitos
correligionários de Syriza que tomar a taça de
cicuta oferecida pela Troika
é a única maneira
que resta aos gregos de não perderem a viagem
ao Hades da União
Europeia. Varoufakis,
o dialético (à esquerda), mostra que, embora
lhe repugne a ideia de tomar a maldita poção,
reluta em perder a oportunidade de poder
palestrar pessoalmente com o divino
Dante Alighieri. |
Chega-se, também por esse caminho, à questão capital: os "have-nots" gregos têm muito mais em comum com os "have-nots" de outras nações europeias do que com os "haves" de seu próprio país.
O que se prepara, porém, não é uma nova fase da contenda a partir da ação comum dos partidos europeus do NÃO - que, a despeito das fronteiras franqueadas da UE parecem mais interessados em suas urgências nacionais -, mas a vitória inapelável da inconspícua coalizão europeia pelo "SIM", com a exultante aprovação da "comunidade internacional",* a bênção socialista de François France, né Hollande e a inestimável cobertura de... Syriza, considerado pela imprensa especializada o partido mais "radical" do continente!!!
Durma-se com um barulho desses!
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2015-07-15