quarta-feira, 1 de julho de 2015

Logbol

Mesmo aos mais lúcidos comentaristas esportivos parece às vezes escapar - falando não da seleção, mas do campeonato brasileiro - que o mercado mundial do futebol cresceu exponencialmente nos últimos dez anos em moedas mais fortes que o real. 


Isso significa que todo jovem bom de bola está de partida, a qualquer momento, para o que imaginam ser o caminho da fortuna, ou pelo menos um emprego melhor, na Europa Ocidental, Rússia, Ucrânia, Turquia, China, Japão, Arábia, EUA, Índia e até Coreia! 

Jogam no Brasil os que ainda correm de fralda, os que estão na fila do passaporte, os que aguardam o próximo avião para o fim do mundo sem saber se voltam, os que estão de olho nas vagas dos aventureiros, os que sonham  dar um pulinho nas arábias para faturar em ouro negro, os que não vão de jeito nenhum porque são muito apegados às suas avós de criação, os que já passaram da idade de recomeçar no estrangeiro, os retornados que já não têm vaga nos times de ponta e preferem se aposentar na terrinha e, naturalmente, os pernas-de-pau. 

E o que é pior, são incompreensíveis para o aficcionado do jogo - e surpreendentes até para profissionais tarimbados como don Juan Carlos Osorio - as regras que regulam a transferência de jogadores. O que se vê é um troca-troca infernal que desfaz times inteiros em uma semana e obriga treinadores a montar a remontar suas equipes duas e até três vezes durante a temporada! Não vejo nenhum "professor" brilhante formado nos campos tupiniquins, mas convenhamos...

Hoje, no Gigante Adormecido, montar um bom time de futebol é um exercício de equilibrismo. Ou melhor: é um complexo problema de logística!

2015-07-01