Deu no Globo online
por Evandro Éboli 14-03-2016
por Evandro Éboli 14-03-2016
Erundina se filia ao PSOL, critica Dilma, mas é contra impeachment
Como defender - contra os inimigos da democracia e da classe trabalhadora (não incluídos aqui os milhões de desiludidos com o PT e seus governos) - a legitimidade do mandato de Dilma ante a Constituição e a incolumidade de Lula face às arbitrariedades do juiz Moro sem ser levado de roldão, ou de gaiato, por pressão do compadrio de esquerda petista, a defender também a República das Empreiteiras acolhida e cultivada dentro do Estado brasileiro, pelos mesmos governos Lula e Dilma, em detrimento da democracia e da classe trabalhadora?
Que iniciativas existem disponíveis, ou poderão ser criadas, para que se possam defender os programas sociais e a elevação do poder de compra das massas realizados pelos governos PT-PMDB sem ter de fingir não ter visto as toneladas de muxiba empurradas aos trabalhadores como contrapeso ao direito de, como diria Lula, ter carne boa na mesa - a saber, Meirelles, Sarney, Francenildo, Mensalão, aloprados, Temer, Cunha, lobismo empresarial, Odebrecht e Cia., privilégios para o COI e FIFA, privatização em cadeia de serviços públicos, Levy, propinoduto da Petrobrás?
Em resumo: como defender o mandato de Dilma e as garantias constitucionais de Lula sem ser constrangido a partilhar de sua simbiose com os políticos e potentados que hoje os seguram pela garganta? Como lutar contra o impeachment e as arbitrariedades de Sérgio Moro sem ser solidário com os malfeitos oficiais nem assistente involuntário do suicídio petista? Como sair da arapuca a que os sucessivos governos do PT nos conduziram?
É a pergunta, creio, que a imensa maioria da nação - que não está, por certo, representada nos movimentos anti-Dilma - gostaria que o PT e Lula respondessem.
De minha parte, é também a pergunta que eu gostaria de ver o PSOL da deputada Luiza Erundina tentando - pelo menos tentando - proativamente responder.
2016-03-17