As jornadas #EleNão de 29 de setembro são um fato político novo e qualitativamente distinto nessas eleições pseudodemocráticas.
Mobilizados por círculos de mulheres, milhões
se reuniram nas praças de todo o país, e até do estrangeiro, num tsunami multipartidário de repúdio ao demagogo ultradireitista Bolsonaro.
Uma lufada de ar fresco recendente à primavera de indignação transnacional de 2011-2013 contra os gases mefíticos da decomposição da Nova República.
Nas palavras de um inspirado psolista do Facebook, "se tem alguma frente antifascista acontecendo, ela estará nas ruas hoje."
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Largo da Batata, São Paulo |
Não seria então o caso, no atual cenário de intenções de voto, de os candidatos que reivindicam o caráter civilizatório do #EleNão darem uma resposta positiva ao movimento por meio de
um debate público, uma "cúpula democrática" transmitida pelas redes, sobre a hipótese de retirada coletiva em favor daquele mais bem
situado nas pesquisas – sem pré-condições, vale dizer, sem qualquer compromisso
de renúncia a divergências, críticas ou mesmo oposição aberta ao futuro governo?
Não seria salutar obstruir o acesso de Bolsonaro, e do conventículo de conspiradores e nazistas que o secundam e sustentam, à propaganda gratuita de suas ideias degradantes numa inútil campanha de 2º turno?
Por que não estender imediatamente ao plano eleitoral o revés acachapante que acaba de lhes ser imposto pela mobilização feminista e popular?
Qualquer candidato pode tomar a iniciativa. Não há tempo a perder.
2018-09-29