quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Antes tarde do que nunca, que o Brasil não é espelunca


Antes tarde que jamais, minha presidenta Dilma Rousseff resolveu colocar um freio nas pretensões da FIFA de obter vantagens de Estado soberano dentro do Estado brasileiro.

Tenho certeza de que ela terá o total apoio da imensa maioria da nação – da nação trabalhadora, que ama desinteressadamente e não lucra nada, ao contrario, só gasta, com o futebol, assim como dos profissionais e pequenos empresários, que dão duro e recolhem impostos sem as “isenções fiscais da Copa” – se pagar para ver as cartas da FIFA, que ameaça ir fazer o seu negócio da China em algum país mais “amigável”. Na retrocitada, quem sabe.

Para obter tal apoio, basta que a presidenta fale à nação na língua vernácula do PT, a língua dos trabalhadores que as pessoas (e lideranças políticas) honestamente democráticas de todos os partidos  entendem perfeitamente, e as sem-partido também, e não na língua melíflua, escorregadia e ambivalente dessa coalizão tardia e malsã PT-PMDB-sei-lá-mais-o-quê que tem José Sarney, o rei do Maranhão, por fiador. 

O povo brasileiro mais do que ama o futebol - a foto do Pelé socando o ar secundado por Tostão e Jairzinho me parece uma representação muito mais autêntica (e salutar) do orgulho nacional do que o Grito (ai!) do principezinho estróina às margens do Ipiranga - mas não é trouxa. Queremos Copa, mas com soberania nacional e gasto responsável. 

Em frente, presidenta! Faxina em regra, até o fim, para o que der e vier, nos acordos do Brasil com a FIFA e o COI!  

***

Se a FIFA quer que todas a Copas sejam de Primeiro Mundo, por que não escolheu a Inglaterra, a Espanha e a Holanda-Bélgica – que, aliás, já tinham tudo quase pronto – em lugar da África do Sul, Brasil, Rússia e Qatar? 

Elementar meu caro Watson: porque não há nada melhor que preços de Primeiro Mundo com custos de materiais e mão de obra e, last but not least, controle social de gasto público de Terceiro! 


2011-09-28