quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Galo assado e comido antes da festa



Jogassem 10 partidas por um campeonato, o Atlético abriria muitos pontos de vantagem sobre o Raja. Mas a competição era outra. O Atlético jogou pouco, Ronaldinho foi bem marcado e o Raja, ao sair na frente, destruiu os nervos e a capacidade de pensar do Galo.

Mas para mim ficaram nítidas algumas coisas – de outra ordem.

1 - O Atlético, uma das equipes mais bem montadas do Brasil, por um dos nossos treinadores mais competentes, é um time de segunda comparado ao Bayern Munique – e não me refiro à inferioridade técnica, que é uma decorrência incontornável do poderio econômico do futebol europeu, mas à inferioridade “tática”, mais exatamente conceitual,  que é uma constante do futebol brasileiro: times estáticos, com linhas distanciadas, pouco afeitos à luta pela bola, à transição rápida, à movimentação constante, às triangulações e “quadrangulações”. Um time com 2 “volantes de contenção” não pode aspirar se nivelar ao “futebol integrado” que se joga nos melhores times da Europa. Com raras e honrosas exceções, mesmo diante do Raja o Galo parecia um time de pelada de solteiros e casados.

2 - A ânsia terceiro-mundista de “disputar o torneio da vida” faz com que os campeões brasileiros da Libertadores contemporânea deixem de lado suas competições nacionais na ilusão de “se preparar para o grande dia". Ora, a melhor maneira de se preparar para uma disputa eliminatória é estar em ritmo de competição. O Bayern veio com o time titular que jogou no sábado e jogará na semana que vem.  O Atlético veio com um time em férias, totalmente sem ritmo de jogo!

3 - A dolorosa conclusão é que a técnica superior de craques em declínio como Ronaldinho Gaúcho é positivamente útil no campeonato brasileiro, mas de pouca serventia na disputa com os melhores times europeus. (Fred, por jogar parado na área, pode ser uma exceção – ou uma confirmação, se a bola não chegar!) Foi pena não podermos assistir a Bayern X Atlético, mas meu palpite é que Ronaldinho mal pegaria na bola. Com sorte, faria um gol de falta. E o Atlético teria pouquíssima chance.

4 - Que falta fez o Bernardo! 



2013-12-18