Deu n’O Globo online
12-10-2015, por Marco Grillo
Estado confirma que CCR quer deixar a operação das barcas
Concessionária já formalizou intenção ao governo, que analisa o caso
CCR alega “desequilíbrio no contrato” e “falta de interesse estratégico de seguir com a operação”
Fonte: Internet Artista não identificado |
Falemos claro. Transporte público de grandes contingentes urbanos - fora ônibus, que, além
de vantagens operacionais fáceis de intuir, circula por vias criadas e mantidas pela coletividade - deixou de ser um negócio rentável há muitas décadas, e por uma razão
muito simples: a tarifa que amortiza a implantação e cobre a operação dos sistemas não cabe no
bolso da força de trabalho a ser mobilizada.
Significa dizer que as concessões de trens,
metrô, barcas e BRTs só podem sobreviver com aportes estatais - investimentos em
infraestrututura, material rodante e compensações financeiras - que garantam, em
todos os cenários, o retorno de capital requerido pelo capital concessionário.
Coincidentemente, a CCR está desistindo das Barcas pouco depois
de ter perdido a licitação da Ponte, para um consórcio que ofereceu redução de pedágio! - indício mais do que convincente de que a CCR superfaturava na
Ponte para cobrir prejuízos nas Barcas.
Moral da história: a privatização dos transportes urbanos
é uma marmelada, que só funciona à medida em que os capitais concessionários
assumam o controle monopolista, ou cartelizado, de todas as alternativas
de serviço e se tornem, ao fim e ao cabo, parasitas preferenciais do Tesouro.
2015-10-15