Deu na coluna do Tostão
O Tempo, 14-10-2015
“Roscas, trivelas e três dedos”
“Lembrei-me disso ao ver o excepcional e jovem meio-campista brasileiro Thiago Alcântara na seleção espanhola. Se ele tivesse sido formado no Brasil, certamente, seria hoje muito inferior ao que é, escalado como um meia ofensivo, para entrar na área, já que o meio-campo, no Brasil, foi dividido entre os volantes que marcam e os meias que atacam.”
Sempre que me deparo com esse tema, recorrente nas crônicas do Tostão, eu me lembro de Carlos Alberto, revelado nas categorias
de base do Fluminense - um dos maiores desperdícios do futebol brasileiro da era
dos cabeças-de-área.
Meio-campista nato, de extraordinário talento, Carlos Alberto foi convertido pela nefasta divisão assinalada por Tostão em um errático meia-atacante condutor de bola e medíocre finalizador, com
consequências quase trágicas – considerando a sua propensão para a rebeldia desgovernada
– para a própria carreira.
Em uma entrevista concedida na época em que comandava a
Inter de Milão, José Mourinho disse que Carlos Alberto era “espetacular”, mas
admitiu não fazer ideia do paradeiro do jogador: “não sei onde joga''.*
___
*UOL Esporte, Blog da Redação 06-01-2012
2015-11-04