As reações dos governos à chacina de Paris foram as esperadas - esconjuros, ganidos de dor, urros de ódio, ranger de dentes, rompantes de indignação, luto oficial, manifestações de pesar, demonstrações de grandeza, apelos à calma, condolências diplomáticas, discursos humanistas, declarações bombásticas, palavras acerbas, arroubos patrióticos, tributos à Marselhesa, minutos de silêncio, chamados à
unidade, brados de alerta, promessas de vingança, toque de recolher, suspensão de direitos, caçadas policiais, fechamento de fronteiras, rufar de tambores, ameaças tonitruantes,
demonstrações de força, bombardeios punitivos -, mas não me lembro de
nenhum chefe de Estado ter dito que vai mandar investigar, e divulgar, para o mundo inteiro ficar sabendo, as fontes e canais de
financiamento do Daesh (ISIS).