14-02-2011, por Al Jazeera
Timeline: Egypt's revolutionA chronicle of the revolution that ended the three-decade-long presidency of Hosni Mubarak
Praça Tahir, Cairo |
O movimento das multidões norte-africanas não se ajusta aos gabaritos ideológicos dominantes na segunda metade do século XX, tampouco respondem às cabalas com que os EUA tentam exorcizar as lutas democráticas e nacionais do século XXI, o “eixo do mal” e o “terrorismo”: ele se expressa de maneira igualmente impetuosa e radical contra os califados autocráticos sustentados pelas potências da OTAN e contra os califados burocráticos apoiados pela antiga URSS.
Não é provável que vá muito longe, pela simples razão de que, em nossa época, se revoluções podem ser desencadeadas com fragmentos de programa democrático de alcance nacional, em nenhuma hipótese poderão ser concluídas sem um claro programa socialista de alcance mundial, patrocinado pelo trabalhadorado reconstituído como classe habilitada a extinguir a sociedade de classes.
Em todo caso, a Primavera Árabe significa que a roda do movimento histórico à propriedade e controle social dos meios de produção e distribuição planetários, engripada pela ferrugem da burocracia contrarrevolucionária de Moscou, dita comunista, voltou a girar.