terça-feira, 17 de outubro de 2017

A força é a união dos diferentes (Zao Tsi-fu)

Zao Tsi-fu, conhecido no 
Ocidente como Sara Mago, 
escreveu numerosos 
ensaios sobre a cegueira,
dentre os quais o best-seller
"O pior cego é aquele 
que não enxerga 
absolutamente nada".


No íntimo de cada brasileiro que um dia elegeu Lula presidente e que, independentemente do grau de desilusão com os governos PT-PMDB, percebeu no impeachment de Dilma uma manobra descarada para beneficiar clubes empresariais em estresse recessivo e proteger escroques parlamentares em pânico investigativo, há de haver a indagação do motivo pelo qual os dois grandes partidos nacionais autoidentificados como de esquerda, o PT e PSOL, se mostram tão desinteressados de organizar iniciativas comuns capazes de reunir as multidões brasileiras em prol dos objetivos de quase todos: defenestrar o presidente usurpador, encurralar o Congresso impostor e, por tabela, neutralizar o STF fiador dessa ordem malsã para abrir passo – no mais curto prazo possível – a eleições gerais verdadeiramente democráticas, isto é, livres da influência predatória do poder do dinheiro.

Não é, definitivamente, a unidade ou frente das esquerdas o que importa – cada indivíduo tem a sua opinião e cada organização o seu programa. O que importa é a unidade dos diferentes - trabalhadores com e sem partido, socialistas e ambientalistas, nacionalistas e internacionalistas, lulistas e não lulistas - em luta por objetivos democráticos comuns; é a frente das multidões por metas parciais compartilhadas que ajudem a construção de uma democracia substantiva em nosso país.

Esperar passivamentecada um na sua, as eleições previstas para 2018 é passar recibo no impeachment, dar mole para a vampiragem generalizada em que se transformou a Nova República e deixar crescer o desconcerto e a frustração coletiva, ambiente ideal para a multiplicação das chances do azar.

2017-10-15